ENTRE vista
Essa pergunta não vou responder
Claro que posso,
Invasiva, acho invasiva,
Bacalhau,
Arroz de bacalhau,
Brandada de bacalhau,
A felicidade não se compra
A hora da estrela
Banho de mar,
Banho de cachoeira
As mulheres que fazem dupla jornada
A necessidade
A utopia de um mundo melhor
A paixão segundo GH
Poetas que pensaram o mundo
Meditação
Astrologia –
O que está em cima está embaixo
Um argumento para teatro
E para cinema
Tudo tem seu preço
Mas tem coisa que não tem preço
Banda de música
A palavra certa
Música, amor e poesia
A presença
foto g secchin
Vela
solta,
ilusão,
crença,
dúvida.
Inseridos
a bordo,
navegam,
vociferam
raivosos,
tristes,
em busca
da dupla
chama.
Nó,
estrada
apaixonada,
coração aberto,
manifesto,
isento
de timidez.
Lastro,
presença,
voz partida,
experimento
tentativa.
Na praia é um poema inédito
Ovaria
Quando a
meia noite chega
Descubro que fiquei fora muito tempo
Soprando minhas entranhas de ponta a cabeça
Um guarda chuva ao vento
Muito ocupada acreditando
Em sonhos
E na magia a ser encontrada
Em campos de abóboras infestados de ratos
E homens com tempo
E um com uma sapatilha de vidro a mais em suas mãos.
Descubro que fiquei fora muito tempo
Soprando minhas entranhas de ponta a cabeça
Um guarda chuva ao vento
Muito ocupada acreditando
Em sonhos
E na magia a ser encontrada
Em campos de abóboras infestados de ratos
E homens com tempo
E um com uma sapatilha de vidro a mais em suas mãos.
II
Mulheres
aprendem
Que às vezes há sangue
Mas não morte
Aprendem a esconder o útero no peito
A escolher aquilo que pode até se perder
A receita da esperança ou o bolo sempre no armário
Aprendem a na hora h agarrar a faca
Com a lâmina rente nas costelas
Esvaziar o copo e ficar contente
Com absolutamente nada.
Que às vezes há sangue
Mas não morte
Aprendem a esconder o útero no peito
A escolher aquilo que pode até se perder
A receita da esperança ou o bolo sempre no armário
Aprendem a na hora h agarrar a faca
Com a lâmina rente nas costelas
Esvaziar o copo e ficar contente
Com absolutamente nada.
OVARIA
When midnight comes
I find I have been away too long
Blowing my insides upside down
An umbrella in the wind
Too busy believing
In dreams
In the magic to be found
In rat-infested pumpkin patches
And men with time
And one too many glass slippers in their hands
I find I have been away too long
Blowing my insides upside down
An umbrella in the wind
Too busy believing
In dreams
In the magic to be found
In rat-infested pumpkin patches
And men with time
And one too many glass slippers in their hands
II
Women learn
That sometimes there is blood
But not death
They learn to conceal the womb with breast
To choose that which can be lost
The hopeful recipe or the constant cake in cupboard
They learn to clutch the knife
Blade to borrowed rib
To empty the cup and be content
With utterly nothing
That sometimes there is blood
But not death
They learn to conceal the womb with breast
To choose that which can be lost
The hopeful recipe or the constant cake in cupboard
They learn to clutch the knife
Blade to borrowed rib
To empty the cup and be content
With utterly nothing
Ovaria é um Poema de TJ DEMA traduzido por Solange Casotti, publicado em Sampsonia Way Magazine.
ENTREvista e Na praia são poemas inéditos
Título: Passarim de Antonio Carlos Jobim e Paulo Jobim