Um amplo campo
vertical de sol
limitado em minha
janela
Um cabedal de
calma
em meus
prenúncios
tenho sido
véspera
nesses dias.
A maturidade se
anuncia,
ou apenas tempo
que se desprende
entre a passada
agonia
e a agonia próxima?
O fato é que
flutuo,
mansa,
minha alegria.
Poema sem título
de Gardênia Garcia publicado em
Corpo de Sal, Editora Massao Ohno, 1979
Soa-me familiar e elegante esse poema de Gardênia, de um frescor...sem futilidade, conheci-a
exímia cozinheira, seus dotes de boa entrevistadora, soube pelo livro que me
veio diretamente de suas mãos, nos idos 1990.
foto maritza caneca
Caber
Caber é verbo
sublime.
Entre cabimento e
presença,
tênue elegância,
compasso
fremente,
ascese,
acaso ou
escolhido,
espontâneo ou
voluntarioso,
verdade acabada.
Dois filmes
Água viva sai da
terra,
cheia de erros e
acertos,
liberdade nunca
está pronta.
Não, não vai tão
longe
sua melacolia,
tantos versos
tristes,
poucos risos
longos.
Amadurece
sabendo gastar o
tempo...
Na árvore da vida
tudo tem sua hora,
o que se decide,
o que faz parte
e ao mesmo tempo
não pertence.
Pode se apegar,
fazer vínculo.
Nenhum sentido
fere como mentira,
nenhum engano
pode ser repartido,
feito bolo,
perdas não se
dividem.
É certo, o mundo
vai acabar
ele não quer que
ela veja,
que ela se
desespere,
preocupação em
ser feliz,
estar feliz,
todos acreditam
em um único deus,
é a vez de
pensar,
como gastar seu
tempo.
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