foto G. Secchin
Passos loucos
socorrem a imobilidade
após o luto.
Pílulas antiespasmódicas
diluem a frieza exterior
dos dias vermelhos.
Métodos empíricos
evoluem à risca
emprestando sinais.
Sobretudo paz,
desencadeando rumos
ao cérebro intuitivo.
(poema publicado em Ventanias, Editora Sete Letras, 1997)
Apesar de não ser possível escolher o que se absorve, podemos absorver algo negativo e transformá-lo em positivo, bem como o contrário. No entanto, a grande experiência é observar se a gente está disposto a absorver, e ser verdadeiro.” Isis da Silva Pristed.
Rosamundi
Flui do jeito que pode
Foi emitida a passagem
conectado o fio do destino
que pode ser esquecido.
Não hesita em optar,
tecer a linha do tempo
na beira de um sonho
com muros, abismos,
escadas.
Desbloqueando
a fome ímpar
de caminhar
na angústia
do contra-senso.
Azedo
Ácido
Rosebud
Rosamundi
(poema publicado em Tectônicas, Editora Bem-Te-Vi, 2007)
O significado da vida, da vida da mulher, pode estar além da maternidade, que deve ser um desejo, não uma imposição. Temos que reconhecer o nosso sexo como uma fonte de prazer. E nos reconhecer como alguém que tem uma voz e que precisa ser escutada”. Maria Rita Kehl
foto G. Secchin
“DUNIACHA– (parando para empoar o nariz.) A senhorita Ânia mandou-me dançar. Há muitos cavaleiros, poucas damas. Mas dançar me deixa tonta, me dá palpitação. Firs, agora mesmo o funcionário do correio me disse uma coisa que me deixou sem fala. ( a música para.)
FIRS – O quê?
DUNIACHA – Disse... assim... “Você é uma flor.”
IACHA – (boceja) É. Couve-flor. (sai)
DUNIACHA – Como uma flor! Eu sou tão delicada, qualquer coisa assim me transtorna. Adoro uma palavra de carinho.”
(O Jardim das Cerejeiras, Tchecov, tradução de Millôr Fernandes , Editora LPM, 1983.)
Maria Rita Khel, em Deslocamentos do feminino, Ed. Imago, 1998
ah, como eu gostei de ler isso!
ResponderExcluirbeijos