segunda-feira, 16 de novembro de 2009

dias vermelhos - rosamundi e o universo feminino










foto G. Secchin



Dias Vermelhos


Passos loucos
socorrem a imobilidade
após o luto.

Pílulas antiespasmódicas
diluem a frieza exterior
dos dias vermelhos.

Métodos empíricos
evoluem à risca
emprestando sinais.

Sobretudo paz,
desencadeando rumos
ao cérebro intuitivo.

 (poema publicado em Ventanias, Editora Sete Letras, 1997)


“A energia feminina é aquela que é apta a gestar, é capaz de ficar um tempo com alguma coisa e nutri-la. Até que algo possa nascer, de preferência com paciência, no tempo certo, sem alarde. Viver a nossa natureza, é poder processar as coisas dentro da gente e escolher quando e como expressá-las.

Apesar de não ser possível escolher o que se absorve, podemos absorver algo negativo e transformá-lo em positivo, bem como o contrário. No entanto, a grande experiência é observar se a gente está disposto a absorver, e ser verdadeiro.” Isis da Silva Pristed.



Rosamundi




Flui do jeito que pode
Foi emitida a passagem
conectado o fio do destino
que pode ser esquecido.

Não hesita em optar,
tecer a linha do tempo
na beira de um sonho
com muros, abismos,
escadas.

Desbloqueando
a fome ímpar
de caminhar
na angústia
do contra-senso.

Azedo
Ácido

Rosebud
Rosamundi


(poema publicado em Tectônicas, Editora Bem-Te-Vi, 2007)


O significado da vida, da vida da mulher, pode estar além da maternidade, que deve ser um desejo, não uma imposição. Temos que reconhecer o nosso sexo como uma fonte de prazer. E nos reconhecer como alguém que tem uma voz e que precisa ser escutada”. Maria Rita Kehl 












  foto G. Secchin


“DUNIACHA– (parando para empoar o nariz.) A senhorita Ânia mandou-me dançar. Há muitos cavaleiros, poucas damas. Mas dançar me deixa tonta, me dá palpitação. Firs, agora mesmo o funcionário do correio me disse uma coisa que me deixou sem fala. ( a música para.)

FIRS – O quê?

DUNIACHA – Disse... assim... “Você é uma flor.”

IACHA – (boceja) É. Couve-flor. (sai)

DUNIACHA – Como uma flor! Eu sou tão delicada, qualquer coisa assim me transtorna. Adoro uma palavra de carinho.”

(O Jardim das Cerejeiras, Tchecov, tradução de Millôr Fernandes , Editora LPM, 1983.)

Isis Pristed é mestre em healing, www. logoscentro.org

Maria Rita Khel, em Deslocamentos do feminino, Ed. Imago, 1998

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