A palavra mágica
a palavra certa escondida no sonho
verdade mentira
flor pedra caos
a palavra nova para
uma vida antiga?
o sol surge entre as
nuvens
vejo homens encaminharam-se rompendo o dia
de encontro aos seus desejos confusos
sofre teu rosto o vento esculpe teu sorriso
teu destino com teu leve andar ultrapassaste
o limiar do jardim não viaje com neblina
na estrada você fica invisível no alto da serra
não pergunte se o amor inventou a palavra
amor se os pássaros e os homens existem apenas
porque descobriram as palavras certas para
poderem viver ignorando a palavra morte
talvez ela também não exista
como posso apagar todas as palavras do mundo
de minha mente para sem o saber não existir
mais para sempre ou quem sabe? encontrar a
palavra mágica a palavra certa
Poema de Franco Terranova publicado em Diário (1895/1995), Trilogia do Vento, Ed. Nova Fronteira, 2001.
foto maritza caneca
Estreou em Curitiba, no festival de teatro, a peça Cinema de Felipe Hirsch. E acaba de ser lançado seu primeiro filme, Insolação, feito com Daniela Thomas. Desde, “A vida é feita de som e fúria”, passando por uma série de peças, como "A morte do caixeiro viajante" e a penúltima, "Não sobre o amor", também com Daniela Thomas, Felipe vem apresentando um trabalho de extremo apuro. Gosto tanto do que leio, em matéria de O Globo (segundo caderno, 21/03/2010) que prometo ficar de olho na programação cultural para não perder os dois, a peça e o filme.
Um cisco no olho
faz alarde.
Quem fala
sobrevoa possibilidade.
Por sorte
comete vida.
É mais fácil encontrar
a vida em tentativa.
Poema sem título, publicado em Ventanias, Ed. Sete Letras, 1997
tela g. secchin
Escuta, escuta: tenho ainda
uma coisa a dizer.
Não é importante, eu sei, não vai
salvar o mundo, não mudará
a vida de ninguém – mas quem
é hoje capaz de salvar o mundo
ou apenas mudar o sentido
da vida de alguém?
Escuta-me, não te demoro.
É coisa pouca, como a chuvinha
que vem vindo devagar.
São três, quatro palavras, pouco
mais. Palavras que te quero confiar.
Para que não se extinga o seu lume,
o seu lume breve.
Palavras que muito amei,
que talvez ame ainda.
Elas são a casa, o sal da língua.
Nenhum comentário:
Postar um comentário